Doenças


Artroses

 O que é a artrose? A artrose é uma doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, vulgarmente conhecidos como "bicos de papagaio".


A artrose é o tipo de reumatismo mais usual, levando à diminuição da qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Afecta principalmente a coluna, os joelhos, a anca/bacia e as mãos, articulações muito importantes para a independência fisíca.

Cerca de 6% dos adultos acima de 30 anos de idadesofrem de artroses nos joelhos e 3% de artroses na anca/bacia. Estes números
aumentam muito com a idade.


Os sintomas mais frequentes e mais usuais são:
Dor localizada
• Limitação da mobilidade da articulação

Edema localizado (inchaço)


Quais são os factores de risco?

Não modificáveis:

• Idade (devido ao envelhecimento)

• Sexo (mais frequente nas mulheres)


Modificáveis:
Obesidade
• Traumatismos sobre a articulação

• Sobrecarga articular resultante de actividades profissionais ou de lazer


O exercício físico e a artrose
É importante considerar dois aspectos em relação ao exercício e à artrose:
• Artrose como consequência de exercícios físicos
• Participação do exercício físico no tratamento da artrose

Uma articulação pode sofrer através de um trauma agudo ou crónico. O trauma crónico corresponde a uma actividade repetitiva que excede a capacidade que a articulação tem de se proteger, através dos seus músculos adjacentes, cápsula articular e tendões, fazendo com que a cartilagem receba forças excessivas que não está preparada para absorver. A inactividade é nitidamente prejudicial!

Quanto à participação dos exercícios no tratamento das artroses basta acentuar que eles permitem:
• Melhorar o desempenho funcional das articulações
• Diminuir a necessidade do uso de fármacos

Os exercícios posturais são também de grande valia. É preciso acentuar, entretanto, que os exercícios devem seguir um aconselhamento médico.


Osteoporose:

Como prevenir? A doença silenciosa

 
A osteoporose é uma das doenças ósseas mais comuns. Pode definir-se como uma diminuição progressiva da densidade dos ossos, os quais vão enfraquecendo ficando “porosos” como uma esponja, tornando-se mais frágeis e, por esse motivo, sujeitos a um maior número de fracturas.



É uma doença que não dá sintomas (os sintomas – dor e diminuição da mobilidade – só aparecem quando há fracturas) e tem uma evolução lenta e progressiva.

O seu carácter silencioso faz com que possa não ser diagnosticada até que surjam fracturas, que ocorrem com mais frequência no punho, anca (colo do fémur) e coluna vertebral, podendo neste último caso originar dor localizada e intensa ou dor de longa duração com uma localização mais difusa. As fracturas do colo do fémur são as mais graves, chegando a ser fatais em 20% dos casos.

As mulheres têm um risco quatro vezes maior do que os homens de desenvolverem osteoporose, basicamente devido à diminuição da produção de hormonas sexuais após a menopausa. Nos homens, a diminuição da densidade dos ossos é mais lenta só se tornando evidente a partir dos 65 anos. Ainda assim, 30% das fracturas do colo do fémur ocorrem no sexo masculino, surgindo geralmente cerca de 10 anos mais tarde do que no sexo feminino.

A melhor forma de evitar que a doença se instale ou surjam complicações é a prevenção.



Medidas de Prevenção da Osteoporose:


• Na infância e adolescência:

Assegurar um desenvolvimento normal do esqueleto através de uma ingestão regular de cálcio (1200/1500 mg/dia) e vitamina D (exposição ao sol ou dieta), acompanhando o ganho de peso e a estatura.


• Na idade adulta:

Manter os ossos saudáveis através da prática do desporto (por exemplo: marcha); garantir uma ingestão de níveis adequados de vitamina D e de cálcio (consumo diário de cálcio recomendado: 1000 mg na mulher pré-menopáusica; 1500 mg na mulher menopáusica e 800 mg no homem) e evitar o tabaco e o consumo excessivo de café e álcool.


• Cuidados gerais:

Só usar medicamentos sob prescrição médica; evitar medicamentos que possam provocar quedas (calmantes); corrigir os problemas de visão; proceder a cuidados domésticos para evitar quedas (prender os tapetes, não encerar o chão, ter uma disposição adequada dos móveis e uma boa iluminação, entre outros).

Actualmente, o diagnóstico desta patologia é feito através da densitometria óssea. A decisão de quem deve fazer este exame e quando, deve caber ao médico assistente (médico de família, ginecologista, ortopedista).

O tratamento da osteoporose sofreu uma grande evolução nos últimos anos, havendo actualmente várias alternativas terapêuticas. A escolha da medicação a adoptar deverá ser feita de comum acordo entre o doente e o seu médico, a fim de se determinar qual a mais adequada a cada caso.

Exercício físico adequado para doentes com esclerose múltipla


No entanto, a adopção de um estilo de vida sedentário aumentou indirectamente o risco de doenças cardíacas e em outras condições associadas ao sedentarismo a distúrbios característicos da EM.

Mais recentemente, tem sido invertida essa tendência e grupos de indivíduos com EM têm-se envolvido em programas com exercícios físicos e alcançado benefícios similares àqueles obtidos por pessoas saudáveis.



A esclerose múltipla (EM)


A EM é uma doença neurológica crónica que afecta o sistema nervoso central (KIESEIER e WIENDL, 2006).

Quando comparados a pessoas saudáveis, indivíduos com EM apresentam défices na capacidade aeróbia e força. Não obstante, são verificadas melhorias no seu estado físico global sem que exista acrescido risco ao desenvolvimento de surtos decorrentes do treino. Considerando o crescente número de pesquisas com exercícios físicos para pessoas com EM e sua consequente indicação para a promoção de saúde e qualidade de vida, propomos algumas directrizes a seguir.

O seu médico deve ser sempre consultado antes de iniciar a pratica de exercício físico. Poderá fornecer informações preciosas acerca da progressão da doença e das especificidades do quadro clínico actual. Poderá ainda indicar dificuldades e limitações fisiológicas peculiares de cada paciente, o que pode ser fundamental para a determinação de um programa adequado de exercícios.

A constante troca de informações com o médico deve ser mantida para que sejam realizadas as alterações adequadas sempre que necessário.

Será necessária uma avaliação da função motora. O estabelecimento de parâmetros para avaliação pode ser útil para quantificar a evolução do aluno.

A atenção ao progresso da doença é importante para a orientação de exercícios físicos para pessoas com EM.

Considerando as capacidades, limitações e objectivos pessoais, pode-se estabelecer o programa mais adequado de exercícios físicos. De maneira geral, recomendam-se exercícios de volume e intensidade moderada, com sessões em dias intercalados que permitam sua adequada recuperação.


Exercícios aquáticos

Estes exercícios são adequados para estes doentes.

O desenvolvimento das capacidades de força e resistência muscular localizada podem ser alcançados em meio aquático pela participação em aulas conhecidas, como a hidroginástica ou hidroterapia.

Já para o aumento da capacidade aeróbia, podem ser procuradas aulas natação, desde que essas não obriguem a esforços muito intensos que aumentem significativamente a fadiga.


Exercícios aeróbios

As orientações do ACSM (POLLOCK et al, 1998) para a prescrição do treino aeróbio são:

• Frequência: pelo menos três dias por semana.

• Intensidade: 65 - 70% da frequência cardíaca máxima, ou 55-60% do VO2max.

• Duração das sessões: 30 minutos de actividade aeróbia contínua ou intervalada.

• Modalidade de treino: ciclo-ergometro horizontal ou vertical de pernas e braços ou natação.

Sugerem-se actividades de baixo impacto como yoga e tai-Chi. Indivíduos com pouco ou nenhum deficit motor poderão seguir programas similares aos propostos para pessoas saudáveis.

Como detectar a doença celíaca?

 
P
atologia, que se caracteriza pela intolerância ao glúten


O Centro de Medicina Laboratorial Dr. Germano de Sousa (CML) realizou, no passado dia 17 de Abril, em Lisboa, o primeiro Workshop de diagnóstico em Gastrenterologia. Nesta sessão, os participantes debateram, entre outros temas, as dificuldades e os avanços actuais no diagnóstico da doença celíaca.

«Desde há dois anos a esta parte, o CML tem-se centrado na promoção de eventos científicos de qualidade, que abordem questões pertinentes e actuais na esfera da colaboração clínico-laboratorial, onde se insere o diagnóstico da doença celíaca», afirma a Dr.ª Maria José Rego de Sousa, patologista clínica.

A doença celíaca é uma patologia que consiste na intolerância ao glúten, uma proteína presente em alguns alimentos, nomeadamente no trigo, na cevada e no centeio. O número de casos desta doença tem vindo a aumentar um pouco por toda a Europa. E, nesta matéria, Portugal, não é excepção. Embora não se conheçam as estatísticas exactas (há um número de doentes subdiagnosticados), calcula-se que perto de 100 portugueses sofram da doença celíaca.

Por norma, esta patologia manifesta-se nos primeiros anos de vida. Porém, em certos casos, «os sintomas têm início já na idade adulta, por volta da segunda ou terceira década de vida», esclarece o Dr. Luís Novais, gastrenterologista do Instituto do Coração. «Os descendentes de celíacos e os familiares em segundo grau têm uma maior probabilidade de desenvolver esta patologia», motivo pelo qual o especialista aconselha a realização de um diagnóstico precoce neste grupo de pessoas.

Esta patologia, como refere o Prof. Paulo Ramalho, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, «é uma das maiores causas da síndrome de má absorção na criança». Por envolver o intestino delgado – o órgão responsável pela absorção – os doentes podem «apresentar um quadro de má progressão do peso e atraso do crescimento, uma barriga distendida e, por vezes, anemia».

«Note-se que a doença celíaca tem aspectos que, clinicamente, passam desapercebidos na maioria dos casos, porque não surgem logo à cabeça como sintomas desta patologia», esclarece o Prof. Germano de Sousa. Em determinadas circunstâncias, por não haver um quadro típico, os sintomas são «rotulados como inespecíficos, o que dificulta a sua detecção e despiste», explica Maria José Rego de Sousa.

O diagnóstico precoce «vai permitir a introdução atempada da terapêutica», que, no caso concreto da doença celíaca, «implica a adopção de uma dieta sem glúten». Deste modo, a exclusão desta proteína da alimentação vai permitir «o restabelecimento do bem-estar perdido», continua a patologista clínica. Perante um diagnóstico positivo da análise de sangue, o doente deverá, ainda, ser submetido a uma biopsia ao intestino delgado: um exame que confirma a existência de doença celíaca.