Bebé - Dentição temporária à definitiva

Atenção aos dentinhos!

Existem vários motivos que podem provocar alterações na posição dos dentes das crianças. Não desanime!
Os dentes não têm uma data certa para nascer e até que a criança tenha a dentição de leite completa, uma variação de mais ou menos dois anos pode considerar-se dentro dos parâmetros normais. Muito embora o desenvolvimento dos dentes se inicie antes do bebé nascer, só cerca dos dois ou três anos terá completa a sua dentição temporária, mais conhecida como dentes de leite. A função dos dentes temporários é a mesma que a dos futuros dentes permanentes ou definitivos, contudo, para além da função que cumprem temporariamente, devem conservar o espaço para a dentição definitiva e manter a extensão correcta da arcada dentária.
Entre os cinco e os seis anos, geralmente antes da queda do primeiro dente de leite, surgem os primeiros molares permanentes, que saem por detrás dos segundos molares de leite. A partir desta altura inicia-se a erupção dos dentes definitivos e a queda dos dentes de leite.

Entre os dezoito e os vinte e quatro meses é aconselhável visitar o odontopediatra.

Dentinhos perfeitos

O nascimento dos dentes e a sua colocação é diferente de criança para criança e enquanto algumas apresentam os dentes espaçados, outras apresentam-nos colocados lado a lado sem espaços. Em geral quando as crianças apresentam os dentes sem espaços e muitos certinhos, temos por hábito dizer que a criança tem um dentição perfeita. Todavia, a realidade é outra, pois quando a criança apresenta os dentes sem espaços, isso é em geral indício de que os dentes são demasiado grandes em relação à arcada dentária.
Os dentes permanentes irão ocupar o espaço que os dentes de leite deixam livres e se o espaço é estreito, tenderão a sobrepor-se para poder caber, è preciso não esquecer que os dentes definitivos são maiores que os dentes de leite, excepção apenas dos pré-molares.
Assim, quando a criança tem os dentes de leite espaçados, os pais não se devem preocupar, pois, seguramente os seus dentes definitivos terão espaço suficiente para nascer sem se encavalitarem.

Os dentes não têm uma data exacta para nascer.

Em segunda fila
O normal é que os incisivos permanentes surjam depois de terem caído os dentes de leite correspondentes. Contudo, em algumas crianças, estes dentes saem antes que tenham caído os de leite e posicionam-se por detrás deles, em dupla fila. Em geral, é mais frequente que esta situação aconteça com os dentes inferiores. Muito embora esta situação seja relativamente comum e os incisivos de leite comecem a mover-se e se soltem, se a situação se mantém para além dos 8 anos, é habitual que o médico recomende a sua extracção.
Após a extracção, a língua e o crescimento do maxilar farão com que os dentes definitivos se posicionem correctamente.

 Os dentes de leite têm a mesma função que os permanentes.


Problemas de oclusão
Pode definir-se como oclusão dentária a forma como os dentes se relacionam entre si. Ou seja, a maneira como os dentes superiores se ajustam com os inferiores. Este relacionamento entre eles depende das forças musculares que actuam sobre os dentes, a forma como os dentes superiores tocam nos inferiores ao morder, e a força que as peças vizinhas exercem.
Para que este equilíbrio seja afectado e provoque má oclusão, podem existir múltiplas causas. Entre elas destacamos as mais comuns.
  •  Os traumatismos que ocasionam a ruptura de algum ou alguns dentes ou a sua expulsão.
  •  Chupar no dedo ou na chupeta provoca posições anómalas dos dentes.
  • Extracção prematura dos dentes de leite devido, por exemplo, a uma cárie muito grande. Neste caso, os restantes dentes tendem a reacomodar-se ocupando parte desse lugar que ficou vazio. O espaço deixado pela extracção tende a fechar-se.
  • As cáries, que muitas vezes podem passar despercebidas na revisão odontológica, porque se localizam na parte que se apoia na peça vizinha.
  •  O papel da alimentação é fundamental, porque uma dieta mole e pastosa não é o mesmo que uma alimentação dura, onde cada dente cumpre a sua tarefa específica:os incisivos cortam, os caninos rasgam, os pré-molares e os molares trituram.
  •  Transtornos respiratórios podem influenciar a dentição. As crianças que respiram pela boca em vez de o fazerem pelo nariz, podem não desenvolver o maxilar superior de forma adequada para poder alojar todos os dentes.
 Uma separação entre os dentes de leite assegura um espaço suficiente para a dentição definitiva.


Consultas de odontologia pediátrica
Quando o pediatra nota algum transtorno, recomenda uma consulta no odontologista pediátrico. Este especialista poderá observar como evolui a oclusão, e se tem dúvidas pedirá uma radiografia, para comprovar se há algum dente a menos (agenesia), ou a mais (supranumerário), e como está a crescer o maciço craniano facial.
Também determinará qual é a posição aceitável dos dentes, e se for necessário, indicará qual o momento oportuno para efectuar o tratamento. A decisão de iniciar um tratamento de ortodontia depende do transtorno que se necessita corrigir.
Alguns transtornos obrigam a um tratamento precoce como, por exemplo, nos casos de "dentada invertida" ou "dentada aberta". Noutros casos, odontopediatra pode esperar por etapas de maior crescimento geral da criança.

Chuchar no dedo ou na chucha, roer as unhas ou uma deglutição atípica, podem provocar que os dentes adoptem posições anormais.

Aparelhos nos dentes
Sempre que o especialista verifica necessidade, pode recomendar a colocação de um aparelho. Podem utilizar-se aparelhos fixos, que só o dentista pode colocar e retirar e aparelhos removíveis, que a criança coloca e retira por si mesma. Perante o mesmo transtorno, podem encontrar-se diversas soluções, e diferentes aparelhos para o corrigir. As técnicas podem ser diferentes, mas os objectivos os mesmos: dentes em boa relação com os seus maxilares, harmonia funcional e estética, e resultados estáveis. A duração do tratamento varia segundo o diagnóstico e o plano terapêutico.